As duas últimas jornadas das eliminatórias para o Mundial de 2026 já apontam no horizonte, e cá em Moçambique – sim, estamos aqui agarrados às nossas bandeirinhas e a rezar para que um verdadeiro milagre futebolístico aconteça. 🌍⚽
A verdade nua e crua: Moçambique ainda tem uma hipótese – uma dessas hipóteses de filme, poucas pessoas acreditam, mas os que acreditam delirantemente abanam o capacete de festa. E sim, ainda podemos “garantir os bilhetes” para o Canadá, México e EUA, se tudo alinhar – os planetas, as estrelas e, claro, uns golzinhos bem nervosos. 🇲🇿✨
O ponto de partida (ou o ponto de não retorno?)
Antes de colocarmos a chuteira na relva da esperança, vamos olhar os factos:
- Moçambique está no Grupo G das eliminatórias africanas, contra equipes como Argélia, Guiné, Uganda, Botswana e Somália.
- O formato manda que só o vencedor de cada grupo garante vaga direta para o Mundial. Quem terminar como segundo pode ainda ter uma via de repescagem se for um dos melhores segundos colocados nos grupos.
- No momento, a tabela mostra que Argélia lidera o Grupo G, com Moçambique ainda no topo intermediário, mas não folgando. A Argélia tem pontos a mais e uma vantagem no saldo de golos.
- Se Moçambique quiser o milagre: revisar os confrontos, vencer com autoridade, esperar tropeços do líder e ainda torcer para que os outros segundos de grupo não estejam numa chapa de aço.
Em resumo: não é só querer – é encaixar as peças de um quebra‑cabeça impossível.
O milagre em cinco passos (idealizados)
Para que “a missão impossível” aconteça, algo como isto teria de ocorrer:
- Moçambique vencer os dois jogos (contra Guiné e Somália) – sem vacilar, sem sufoco, com gols de belo porte.
- Argélia tropeçar pelo menos em um dos seus últimos jogos (perder ou empatar quando não pode).
- O saldo de golos de Moçambique ser competitivo: se vencermos com margens boas, podemos ultrapassar em critério.
- Ser um dos melhores segundos colocados, caso não derivemos para o topo do grupo – ou seja, mesmo como segundo, temos que ter desempenho superior aos outros “segundos” dos outros grupos.
- Que um ou outro concorrente nos outros grupos (em situação análoga) escorregue – empate bobo, derrota fora de casa, etc.
Cada um desses passos já é um milagre por si só – juntos, formam a usina de milagres.
“Eu ainda acredito – mas com cautela”
Sim, eu (e vários moçambicanos que ainda insistem em ver a bola entrar no canto) ainda acredito que os Mambas podem fazer estragos nessa reta final. Não porque os odds digam, mas porque no futebol, às vezes o improvável gosta de aparecer de surpresa.
Mas não vou mentir: as chances são estreitas. Se o líder tiver dois triunfos tranquilos, nossa esperança voa para longe. Se deslizes mínimos nos últimos jogos, pode ser fatal. Se o saldo de gols der errado, perdemos nos detalhes.
Ainda assim, é bonito ver um time que – mesmo pressionado – segue lutando até ao último minuto. E se existir alguma margem para acreditar, que se estique até o limite, com pulmões, vozes e gritos de estádio.
Versus Guiné e Somália – como imagino
- Contra a Guiné: vai ser tudo ou nada. Guiné não é fácil, vai querer pontuar também. Nós teremos de jogar com vontade, abrindo o placar cedo para não deixar respirar o adversário. Risco de sufoco no fim. Eu arrisco um Moçambique 2‑1 Guiné – vitória suada, mas com estilo.
- Contra a Somália: aqui o relato pede deixar o “carnaval” rolar. Somália já está praticamente eliminada, não tem muito a perder. Se entrarmos concentrados, com confiança, podemos golear. Eu ponho Moçambique 3‑0 Somália nos prognósticos ideais – golada para levantar a moral.
Se ao final desses dois jogos tivermos 6 pontos somados, saldo razoável e Argélia tropeçando – aí sim a festa pode começar.
O que eu levo no coração
- Que os jogadores acreditem até ao último apito – e que o treinador encontre os nervos certos para escalar, motivar, ajustar.
- Que os torcedores apoiem feito um mar de gritos, bandeiras e “olé” – porque energia positiva às vezes empurra pernas.
- Que nos momentos decisivos (um pênalti, uma defesa, um cabeceio) sejamos abençoados pela bola.
Se o milagre vier, vai ser um daqueles triunfos que ficam na lenda do futebol moçambicano – e quem estiver vivo na sala conta: “eu estava lá quando a Mamba virou a história”. Se não vier, ao menos teremos tentado com honra – e isso também vale.
Então sim: aparentemente improvável, mas ainda possível. A beleza está em acreditar até o fim – mesmo que seja a faca e o pão de alho do impossível. Vamos com os Mambas! 🐘🇲🇿