Depois de mais de uma década fora do grande palco, Moçambique voltou ao AFCON em 2023 – e voltou com barulho. Não foi aquela participação tímida de “estamos só a ver como é.” Nada disso. Os Mambas encararam gigantes, agarraram pontos contra favoritos, e mostraram que o futebol moçambicano já não é figurante no festival africano.
Agora, com a qualificação garantida para o CAN 2025 em Marrocos, a pergunta é simples: será que chegou a hora de Moçambique dar aquele salto que o país anda à espera desde sempre?
A verdade – e sem florear – é que os Mambas estão a crescer. Estão mais maduros. Mais sólidos. E, sobretudo, mais ambiciosos.
🔥 Contexto: Regresso Não, Consolidação
Depois de empatar com Egipto e Gana no AFCON 2023, muita gente finalmente acordou para o facto de que Moçambique não veio para participar – veio para competir. E essa atitude manteve-se até à fase de qualificação do CAN 2025, onde a vitória por 2-1 fora contra a Guiné-Bissau carimbou o passaporte. Sacrifício, trabalho e um grupo que já se conhece cada vez melhor.
Chiquinho Conde tem batido sempre na mesma tecla: disciplina, dedicação, e mentalidade. E está a colher frutos. Esta é, honestamente, a selecção mais consistente que Moçambique apresentou em muitos anos.

⚔️ O Grupo do CAN 2025: É Pesado, Mas Perfeito Para Surpresas
O sorteio não teve pena nenhuma dos Mambas – mas quem disse que precisava?
Moçambique ficou no Grupo F, com:
- Costa do Marfim – campeã africana
- Camarões – sempre potência
- Gabão – forte, físico, e com historial competitivo
É um grupo duro? É.
É impossível? Não mesmo.
Grandes selecções já tombaram contra equipas mais humildes, especialmente quando subestimam adversários que correm até ao último sopro – e Moçambique é exactamente esse tipo de equipa.
⚙️ O Que Funciona: As Armas dos Mambas
🧠 Treinador Com Plano
Chiquinho Conde montou uma equipa com identidade: organizada atrás, rápida nas transições, agressiva quando precisa, e com liberdade criativa no ataque. É futebol simples, moderno e eficaz.
🔄 Continuidade e Confiança
A experiência acumulada entre 2023 e 2025 deu aos Mambas algo que faltava há décadas: rotina. Jogadores habituados a jogos grandes jogam com outra calma, outra leitura e outra coragem.
🔥 Jogadores-Chave
- Geny Catamo: o motor ofensivo, imprevisível e cada vez mais decisivo.
- Reinildo: intensidade, raça e liderança no sector defensivo.
- Feliciano Jone: o cérebro no meio-campo, sempre disponível para organizar, recuperar e acelerar.
Esta espinha dorsal dá a Moçambique uma base real para competir – não só para participar.
💪 Resiliência Moçambicana
Os Mambas não jogam futebol enfeitado. Jogam futebol honesto: suor, luta, sacrifício. E nos torneios africanos, isso vale ouro.
⚠️ Mas Também Há Fragilidades – Não Vamos Tapar o Sol
❗ Histórico de CAN
Moçambique nunca passou da fase de grupos em AFCON. Isso pesa. E até fazer história, existe sempre aquela sombra de “vamos conseguir quebrar isto?”
🎯 Falta de Consistência a Marcar
Criam oportunidades, têm velocidade, têm drible – mas nem sempre transformam isso em golos decisivos. Num grupo destes, um falhanço pode custar tudo.
🧱 Momentos de Desconcentração
A selecção evoluiu, sim – mas ainda comete apagões inesperados. Contra Costa do Marfim ou Camarões, um erro é meio golo.
🔮 Previsão: Quartos de Final Não São Sonho – São Possibilidade
Se tudo correr bem – e “bem” aqui significa:
- defesa sólida,
- meio-campo equilibrado,
- Catamo inspirado,
- e nervos de aço em jogos grandes…
… Moçambique pode perfeitamente passar o grupo. E nos oitavos, quem sabe? Um jogo bem estudado, um contra-ataque certeiro, um guarda-redes num dia santo – e pumba, os Mambas nos quartos-de-final pela primeira vez.
Não é delírio.
Não é wishful thinking.
É futebol.
E no futebol africano, quando um underdog acredita, o continente treme.
🧨 Palavra Final: Os Mambas Não Querem Ser Vistos – Querem Ser Sentidos
Moçambique chega ao CAN 2025 sem estrelas de revista, sem favoritismo, sem capas de jornal. Mas chega com algo muito mais perigoso:
Fome.
Fome de respeito.
Fome de mudança.
Fome de finalmente escrever um capítulo diferente na história da selecção.
E quando uma equipa joga com fome… até gigantes ficam nervosos.
Os Mambas já voltaram.
Agora querem deixar marca.
